quinta-feira, 25 de junho de 2009

Perdida em lugar nenhum

Sinto que não sou daqui
Na verdade não sou de lugar nenhum
Lugar algum me acolheu
Nunca senti
Que apenas um,
Um pedacinho desse mundo
Fosse meu

E fico assim perdida
Perdida e sem prece
Pois não tem nada
Pelo menos por aqui,
Nada que me apresse

Pés na terra batida
Caminho
Curo minha ferida
Continuo andando
Sempre pensando
Que poderia ser diferente
Sim, diferente
Por que sei que sou gente

Tenho direito!
Meu lugar?
Não sei onde está...
E no dia que encontrar,
Saberei, finalmente
Saberei onde me achar.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saudade

Sim, é uma despedida
Montei nas asas da saudade
Voei muito alto e para muito longe
Embora ainda esteja no mesmo lugar
Só que mais distante de você

Desde sempre foi assim
Procurando em cada canto
Fiz tanto que me perdi
Mas encontrei a saudade

Logo de ti
Que me fez respirar
E o fez, sem nenhum esforço
Esse tempo foi
É muito importante
Na minha lembrança

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sonhar a própria essência

Sou a amante mais fervorosa da impossibilidade. A crédula mais fiel do inacreditável. E o coração mais sonhador que conheço e reconheço. Cada minuto do meu dia em que respiro os meus sonhos, sinto-me mais viva e com mais vontade de respirá-los. Impossíveis? São. Sabe aquelas estatística do 0,1 entre 1 milhão? Então! Meus sonhos se encaixam perfeitamente!

Claro, eu poderia mudar. Contudo, minha essência ficaria para trás. Aquilo que me faz sentir diferente de qualquer outro. O que me difere, o ritmo raro da música da minha vida ficaria no sótão do meu ser. Eu não quero isso.
Posso dizer que sonhos não realizados para outras pessoas são motivo de grande frustração. Para mim, são alimentos da imaginação. Não posso, não devo e não vou deixar de sonhá-los jamais. Choro por eles quantas vezes for. Até desisto de realizá-los.


Mas, deixar de sonhá-los, jamais.

Ouço muitas pessoas falarem sobre si mesmas. Dizem já ter feito centenas de auto- análises. Mas nenhumas delas sentiram o próprio interior. Não sentiram quem realmente eram. Não viram as próprias peculiaridades. Aquelas que só o nosso microscópio interior é capaz de ver.

Sei que é impossível alcançar a plenitude. Longe de mim querer ser um novo profeta deste século. E registro aqui, que a metade das loucuras que sonho, não são para serem realizadas. São apenas para serem sonhadas e fazerem com que meu coração bata cada vez mais forte e mais acelerado.


Deixar de sonhá-las, jamais.

Acordo  todas as  manhãs e vivo um dia cheio. Cheio de tudo. E dentre todos os acontecimentos, parar e lembro-me dos meus sonhos impossíveis. Sinto a textura, vejo a cor e os respiro a cada instante. Oxigeno meus pulmões com suas substâncias lúdicas e sonho que um dia podem ser reais.


Deixar de sonhá-los? Jamais.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A trilha sonora da vida

Todos temos uma trilha sonora para a nossa vida. Igual as trilhas de novela, cada faixa do cd, correspondendo a determinado personagem. Quantos cd´s de música você já possui na estante da sua vida?

Minha mãe sempre me fala que quando eu nasci estava tocando “Como Eu Quero” do Kid Abelha. Quando eu era criança, minha trilha era toda as músicas da Cindy Lauper, sabe-se lá por que aquelas músicas alegravam a minha existência vespertina depois da escola. Na adolescência, que diga-se de passagem, um tanto rebelde, as músicas que saíam dos fones do meu walkman Aiwa (nossa, quanto tempo!),m eram do Guns, Legião Urbana e Vanessa Mae.

Conforme a vida foi passando e pessoas e momentos passaram junto, fui conhecendo outros ritmos, batidas e vozes que mexiam comigo. Hoje, quando ouço essas músicas que fizeram parte do meu passado, mas que ainda estão na bagagem do meu presente rumo ao futuro, vejo, atrelada a tantas outras coisas, que ajudaram a me tornar o que sou hoje. Se sou uma boa ou má pessoa? Não sei. Mas sou eu o que hoje em dia é muito difícil.

“ Well it's been a long time, long time now
Since I've seen you smile
And I'll gamble away my fright
And I'll gamble away my time
And in a year, a year or so
This will slip into the sea
Well it's been a long time, long time now
Since I've seen you smile

Nobody raise your voices
Just another night in Nantes
Nobody raise your voices
Just another night in Nantes “

*A música chama-se Nantes. A letra e informações sobre o autor se encontram no final do post.


Entretanto, o que mais chama a minha atenção é: ao escutar uma música, ter Déjà Vu das coisas que jamais aconteceram. Nantes do Beirut, é uma música que me traz essa curiosa sensação. Sempre que a ouço, sinto saudade de algo que nunca se realizou. Pelo menos, não quando eu estava de olhos abertos.

Nantes é uma composição de Zach Condon, líder da banda Beirut.Se você quiser conhecer é só ir neste blog “lado-e” que eles disponibilizam quase todos os cd’s da banda.



sexta-feira, 5 de junho de 2009

Uma palavra nova: solitude

Sempre aprendi na faculdade que quanto maior a interação entre os indivíduos mais comunicação é gerada. E dentre tantas interações acrescentei uma palavra nova no meu dicionário – solitude.

Na hora este verbete me foi definido como: “a capacidade de se estar só, mas mesmo assim bastar a si mesmo”. Nem preciso dizer que quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi catar a bendita palavra no meu dicionário. Na minha procura toda hora me vinha à cabeça “estou sozinha sim, mas com solitude”, longe de mim descordar do sentimento de outrem sobre si mesmo. Eis que na minha caça à nova palavra vi que era sinônimo de solidão.

Solitude, solidão...

Agora vamos pensar, desde quando solidão é uma coisa boa. Então deixei o significado real da palavra para escanteio e pensei na definição que me deram. E aí veio mais uma parte da conversa na minha mente: “eu não preciso de ninguém, tenho solitude”. Sim, é uma coisa confusa e nada poética quando se sabe o real significado da palavra. Deixo claro, antes de concluir meu texto, que esse papo de universitárias divagando sobre seus sentimentos entre uma aula e outra é complicado de entender mesmo.

Quando fui argumentar, até a evolução de Darwin entrou no nosso papo. “As girafas tem seus pescoços maiores hoje do que foram algum dia. Isso aconteceu pela teoria da evolução, elas se adaptaram ao ambiente hostil em que viviam, você sabia disso?”. Pode parecer engraçado para quem está lendo, mas imaginem ouvir uma coisa dessas quando o assunto é do campo emocional! Imediatamente pensei: “não serei como as girafas, não vou modificar nada em mim simplesmente por que vivo em um ambiente hostil”. A conversa durou horas, e nela também pude perceber que o brilho no olhar de quem falava ia mudando (pra pior). Cada vez que era repetido: “tenho solitude” – o olhar ficava mais, como posso dizer, ranzinza.

E foi por essa percepção que decidi que não quero ter a tal de solitude com seu alter-significado. Se as girafas decidiram se modificar fisicamente, ótimo para elas. Prefiro escolher a solidão para mim. Não importa até quando vá a sua validade. Se eu, simples homo sapiens tenho validade, a solidão que é sentida por mim também terá! E, enquanto a vida útil dela durar, vou curtindo cada sensação por ela proporcionada, é só o que resta mesmo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Paixão em palavras


Hoje, conversando por e-mail com um amigo muito querido, me foi feita a seguinte pergunta: “O que é estar apaixonada pra você?”.

Pronto! A minha ferida ficou exposta. De imediato, tirei meu time de campo. Não consegui resolver este difícil cálculo da minha matemática emocional. E confesso, não me esforcei para resolvê-lo, pois vivo com a paranóia: quanto menos falar sobre mim, menos conheceram a minha linha de raciocínio”.

Na minha ânsia de obter alguma resposta, devolvi a pergunta. E, sem nenhum problema me foi respondido: “é esquecer de si mesmo, se preocupar em fazer a outra pessoa mais feliz do que eu mesmo, é sentir a alegria e a dor quando ela sentir, é nos tornarmos uma só pessoa... etc”. Pasma, contra-ataquei: “Isso não é paixão é amor”. E cinco minutos depois, veio a resposta “amor que não tenha paixão, não é amor, nem paixão sem amor não é paixão !!!”.

Depois disso, pasma e sem a definição d a minha própria resposta decidi ir à faculdade. Fui e voltei de minha rotina acadêmica fazendo uma auto-análise do que seria estar apaixonada. Não que eu nunca tivesse me apaixonado por ninguém. Já me apaixonei. Mas, nunca pensei em descrever o que era estar nessa situação.

Depois de horas com meus neurônios em ebulição e sem nenhuma resposta concreta desisti de pensar. Nessa hora, me veio à mente que estava racionalizando demais uma questão puramente passional. Mudei de caminho. Parei de pensar. Apenas senti. Não, não descobri a resposta. Portanto, não tenho como escrevê-la aqui. Se é que há uma resposta certa.

Contudo, posso descrever o que senti e todas as minhas sensações. Foram vários sorrisos inconscientes, um coração batendo acelerado. Uma incrível vontade de estar junto e muitas preocupações com o bem-estar, e como e onde a pessoa estaria naquele momento. Articulei e imaginei, várias maneiras de fazê-lo feliz, de conquistá-lo e de estar perto dele.

Assim, passaram-se alguns minutos, até que entrando na minha realidade novamente, pude concluir que a paixão não é algo tão bom assim. Ela também é capaz de nos trazer tristeza. Pois, foi isso que senti quando pensei que não era eu a pessoa que ele desejava que estivesse ao seu lado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O lado do sim e o lado do não. Qual é o certo de se estar?

Numa de minhas conversas por e-mail, ouvi (aliás, li): “não posso acabar agora, a pessoa depende muito de mim! Ficará muito magoada, vê em mim um porto seguro!”
Agora penso com meus botões: que porto seguro é esse, que pelo teor da conversa, está afundando?


Descobri com essa conversa, que assim como iniciar algo, terminar também é complicado. Laços, estratégicos ou não, são difíceis de serem desatados. E quando o são, geram grandes reviravoltas na vida. Dessa história em particular, vi o começo, andei pelo intermediário e agora anseio por um final. Sei que não será feliz para um de seus protagonistas. O Manoel Carlos com certeza não escreveria um final desse para uma de suas novelas. Afinal, um dos personagens principais, e que nem sequer é o antagonista, sairá numa situação desvantajosa.

A vida é assim: o equilíbrio impera, você pode estar bem em um âmbito de sua vida. Mas um dentre tantos outros existentes, estará uma bosta. É assim que se vive. Equilíbrio é a chave. Temos que aceitar e ir mudando conforme a maré nos traz as situações do nosso cotidiano. Já ouviram o dito popular: azar no jogo, sorte no amor. Eu sou franca em dizer que em certas situações, prefiro ter sorte no jogo e azar no amor. Precisamos de muita coisa para sermos quase completos. Digo “quase”, por que ser totalmente completo é impossível, a menos que estejamos mortos. A morte é o final de tudo, é quando nada mais podemos aprender e nem ensinar. Pronto, completude.

Eu danço conforme a música. Procuro vivenciar todas as faces da moeda. Em situações parecidas, já tive a chance de estar do lado do sim e do lado do não. Com isso fui dominando certos instintos e deixando que se criassem muitos outros em mim. Por isso acordo com uma Cristina diferente a cada manhã, meus valores não mudam. Entretanto, tenho agora diversas formas de ver, sentir e experimentar uma situação. A escolha de como isso será feito, depende de mim.